quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Quando um ROE baixo não é tão ruim assim

Penso que uma empresa que tem um ROE não tão bom mas conta com um elevado volume de disponibilidades no balanço, ou dívida líquida negativa, merece uma colher de chá neste indicador. De fato, ter um ROE baixo é um contra. O melhor dos mundos é certamente uma empresa com elevadas disponibilidades e ROE alto ao mesmo tempo. Mas, para quem está na fase de construir a independência financeira, nem sempre o mercado deixa a gente pegar um bom dividend yield numa empresa assim.
Aceito um ROE menor quando se trata de uma companhia com elevadas disponibilidades (ou dívida líquida negativa) + administração competente. Estas disponibilidades rendem em torno do CDI e isto puxa o ROE para baixo.
Uma empresa com boas disponibilidades me passa uma segurança a respeito dos dividendos ordinários futuros, além de que esta grana pode cedo ou tarde ser utilizada em prol do acionista de outras formas. É aquela coisa. Surpresas boas geralmente acontecem nos ativos com bons fundamentos. Pode aparecer uma distribuição extraordinária de dividendos, boas aquisições, bons investimentos com capital próprio, recompras, etc.
É natural a preferência por ativos que contam com melhores possibilidades de valorização, afinal, estamos nisto para ganhar dinheiro. Também gosto muito destes. No entanto, a defesa de uma tese de investimento em certas empresas com ROE baixo não deve ser confundida com a defesa de um all in nestes ativos. Defendo que estas ações têm lugar num portfólio diversificado onde boa parte dos papéis tem função de gerar fluxo caixa ao investidor, tanto para pagamento de despesas pessoais quanto para estar sempre com cascalho para novas aquisições.